sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Efeito Backster – Um estudo sobre a percepção das plantas

Já pensou na possibilidade de você se pegar falando mal ou até mesmo pensando em fazer maldades com aquelas plantas da sua mãe que ficam infestando a casa de mosquito da dengue e, a planta, por sua vez, reagir como se compreendesse seus sentimentos negativos por ela? Pois foi justamente o que aconteceu na década de 60 após alguns experimentos científicos realizados por um cientista conhecido como Cleve Backster. Para ele todos os seres vivos possuem algum tipo de percepção extra sensorial e desenvolvem determinados níveis de ligação telepática entre si. Tal fenômeno ficou conhecido como Efeito Backster ou Percepção Primária.
O objetivo do experimento era descobrir se as plantas e outros seres vivos possuem algum tipo de emoção e se são capazes de perceber telepaticamente as emoções dos outros. Entretanto esse objetivo surgiu por acaso, pois inicialmente Backster pretendia descobrir quanto tempo levaria para que a água absorvida pela raiz da planta percorresse o caule e chegasse até as suas folhas. Mas então como surgiu a idéia de testar as emoções das plantas?

Cleve Backster durante um experimento de percepção primária (Fonte: antipolygraph)
O experimento foi realizado no dia 2 de fevereiro de 1966 num laboratório improvisado onde Backster costumava fazer treinamentos com polígrafos. Lá, enquanto ele marcava o tempo em que a água percorria a planta, ele olhou para os lados, viu aquele tanto de polígrafos espalhados pelos cantos e pensou: to aqui de bobeira, por que não testar o polígrafo de resposta galvânica da pele nessa planta? Foi dito e feito!
Esse tipo de polígrafo mede a resistência da pele a uma pequena corrente elétrica, logo as respostas obtidas são relacionadas a ansiedade do indivíduo e, conseqüentemente, com a honestidade do mesmo. Então, teoricamente falando, se uma pessoa fica ansiosa, a quantidade de suor aumenta e, à medida que isso se intensifica, a resistência a corrente elétrica no corpo diminui.


Um exemplar de polígrafo (Fonte: institutomarconi) 

Foi então, ao realizar os experimentos com o polígrafo de resposta galvânica da pele na planta que Backster percebeu que os contornos gráficos do polígrafo eram semelhantes ao de um indivíduo testado pelo mesmo aparelho. Então ele começou a criar situações de perigo para a planta para ver como ela reagiria. Durante o período de 13 minutos e 55 segundos, o cientista torturou a pobre planta fazendo peripécias como mergulhar suas folhas em café quente, não obtendo, entretanto, nenhuma resposta da planta. Após esse fracasso inicial Backster apelou para métodos mais radicais e decidiu queimar as folhas da planta para ver se ela reagiria ao polígrafo, mas por uma coincidência do destino não haviam fósforos para executar o novo plano. Então Backster relatou que, quando ele saiu em busca de fósforos, ele notou que o polígrafo entrou em intensa agitação e logo concluiu que a planta leu seus pensamentos, ou seja, ela sabia que ele iria buscar os fósforos para queimá-la. Ele ainda relata que, um tempo depois, chegou no local um parceiro dele da escola de poligrafia, que foi capaz de obter os mesmos resultados, seguindo suas instruções e levando em conta que ele tivesse a intenção de queimar a planta e não somente fingir que teve a intenção de queimá-la pois o vegetal seria capaz de discernir uma situação da outra e não reagiria ao polígrafo se não estivesse realmente em situação de perigo.


Árvores prevendo uma ameaça de morte (Fonte: guiaecologico)

Seus estudos ficaram famosos depois que o curioso cientista publicou sua pesquisa em 1968 no International Journal of Parapsychology ("Evidence of a Primary Perception in Plant Life") [Indícios de uma Percepção Primária em Vida Vegetal].  E, Backster, durante esses trinta anos de estudo do comportamento ‘psicológico’ das plantas, além de ter dado seu nome ao fenômeno (Efeito Backster), ganhou uma legião de seguidores, incluindo outros cientistas que se inspiraram em seus experimentos para escreverem livros ligados ao tema. A questão é que, por que a comunidade científica, de um modo geral, o ignora? Por que Backster não recebeu uma indicação ao Nobel depois de uma descoberta tão relevante para a ciência? Talvez porque, na verdade, seus estudos foram considerados irrelevantes, devido ao fato de terem sido feitos sem qualquer tipo de controle, sem estudos aprofundados da natureza dos vegetais e sem a participação de especialistas de outras áreas relacionadas ao assunto experimentado.


Cleve Backster (Fonte: theepochtimes)

Segundo a fisiologia das plantas elas não possuem nenhum tipo de órgão nervoso ou sensorial, apenas paredes celulares de celulose, diferente dos animais que já possuem tais órgãos. Logo poderíamos concluir que plantas não sentem dor e nem possuem percepções e sentimentos parecidos com os de um homem, afinal de contas plantas também não têm cérebro! Mesmo assim, Backster sem ter feito nenhuma pesquisa básica sobre a estrutura dos vegetais teve essa ‘brilhante’ idéia de testar um polígrafo numa planta de escritório.
Não demorou muito para as alegações de Backster serem refutadas por outros cientistas como Horowitz, Lewis, Gasteiger e Kmetz, que contestaram seus experimentos em razão da falta de controles adequados e quando estes eram aplicados, o polígrafo não detectava nenhuma reação a pensamento ou ameaça. Por essa razão, os detratores concluíram que os registros do polígrafo poderiam ter sido causado por numerosos fatores como alterações de umidade, eletricidade estática e movimentos na sala. E o curioso é que o próprio Backster sequer se deu ao trabalho de verificar outras possibilidades para os registros apresentados pelo polígrafo e simplesmente agarrou a sua teoria com unhas e dentes e defende ela até hoje, apesar de não ter desenvolvido nenhum aprofundamento no seu experimento repleto de falhas, como o fato de ter testado apenas um tipo de planta.
Apesar da comunidade científica apontar os estudos de Backster como uma farsa, a verdade é que ele ganhou muita fama e reconhecimento, principalmente da parte dos parapsicólogos que acreditam na possibilidade das plantas entenderem pensamentos humanos através da leitura de campos bioenergéticos, sendo que, num grupo de pessoas onde uma tinha intenção de prejudicar a planta, ela seria capaz de determinar naquele grupo quem tinha intenção de prejudicá-la, como? Backster explica. Então é provável que ele morra negando que sua experiência seja uma fraude, afinal de contas, tem gente por aí capaz de tudo por 15 minutos de fama, não é?

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