quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A nota marrom

Imagine que em uma certa ocasião você se encontra em um concerto musical. Está lá vibrando, pulando e cantando junto com sua banda de rock favorita. De repente te bate aquela vontade louca de evacuar! Você olha para os lados e só vê aquele povo feio para tudo quanto é canto. Tenta se dispersar da multidão e corre para um daqueles banheiros químicos, mas a fila para usá-lo estava enoorme. Antes que você pudesse entrar na fila já era tarde... E olha que você ainda estava de carona! Depois do ‘acidente’, você argumenta: “Como isso poderia ter acontecido? Meu intestino estava funcionando muito bem até o início do show! No momento do refrão daquela música que eu curtia muito, senti meu estômago roncando e o pesadelo começou”. Pois bem, existe uma explicação um tanto quanto inusitada para explicar esse infeliz episódio: a existência de uma nota musical capaz de provocar um motilidade gastrointestinal involuntária no ouvinte! A nota marrom.


(Fonte:blogdatolerancia)

Segundo alguns estudiosos do assunto, a nota marrom é uma freqüência infrasônica muito baixa que ressoa no sistema gastrointestinal do indivíduo, provocando uma severa perda de controle do intestino. Logo, teoricamente falando, no exemplo acima poderia ocorrer de não só um indivíduo ser afetado pela nota marrom, mas todas as pessoas presentes no show! Dessa forma, em determinado momento, todos estariam ali defecando ao mesmo tempo, criando uma emergência médica bizarra de proporções épicas e eliminando qualquer chance daquele banda de rock tocar novamente a música que causou todo esse estardalhaço.
Na prática, as coisas não são tão simples quanto parece. A freqüência atribuída à nota marrom realmente existe, ela se encontra entre 5Hz e 9Hz, e teria mais ou menos o mesmo efeito que o de uma voz de soprano amplificada dirigida a um copo de cristal fino, fazendo com que ele quebre, através da ressonância. Mas a freqüência de 5Hz a 9Hz não é audível pelo ser humano, pois o menor som audível por uma pessoa se encontra na faixa de 20Hz. Porém, mesmo não podendo ouvir, um indivíduo pode sentir os efeitos físicos da exposição a freqüências infrasônicas inseridas em sons de altos níveis de decibéis de altura, como esses amplificados por potentes alto-falantes em show de rock.


(Fonte: ruadireita)

Vários experimentos científicos e outros não tão científicos foram realizados acerca desse estranho fenômeno, ao longo dos anos. Mas, infelizmente, os resultados desses experimentos apenas confirmaram seu status de lenda urbana, ou seja, nenhum deles conseguiram até hoje comprovar o poderoso efeito laxativo do som. O músico Bem Folds, uma certa vez, teve a idéia de executar a nota marrom para um público de espectadores, mas durante o concerto não houve nenhum incidente de defecação involuntária. Em outra ocasião o programa de televisão ‘Caçadores de Mitos’ tentou realizar um experimento envolvendo as freqüências da nota marrom, com o uso de alto-falantes para reproduzir o som, mas os voluntários envolvidos na experiência somente relataram algum outro sintoma como uma leve náusea, ao serem expostos às freqüências infrasônicas, mas nada parecido com uma diarréia!


(Fonte: inutilidadesmanuais)

  A nota marrom foi muitas vezes mencionada como uma arma potencial de constrangimento em massa em quadrinhos e desenhos animados, mas, no mundo real, felizmente a nota não pôde ser transmitida eficazmente sobre padrões televisivos ou de rádio-falantes. Indiscutivelmente, os efeitos sustentados de evacuação em massa poderiam criar graves epidemias de saúde e até preocupações ambientais (imaginem uma multidão de pessoas evacuando ao mesmo tempo em áreas públicas!), mas na relidade, a possibilidade de alguém conseguir reproduzir eficazmente as freqüências infrasônicas da nota marrom, de modo que ela fosse audível por qualquer indivíduo comum, é praticamente nula. Na melhor das hipóteses, um  poderoso gerador de sons infrasônicos poderia causar um pânico de proporções cinematográficas numa cidade, fazendo com que todos sofressem com incontinências gastrointestinais graves ao mesmo tempo.


Portanto, enquanto a tecnologia necessária para produzir sons infrasônicos audíveis para seres humanos não for criada, poderemos ficar tranqüilos sem medo de sermos surpreendidos por uma diarréia num lugar inusitado.

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