terça-feira, 5 de abril de 2011

O Triângulo das Bermudas - Parte I

Sem dúvida, você já ouviu falar sobre o Triângulo das Bermudas. Este é um dos grandes mistérios modernos do mundo, rodeado de notícias, boatos, tablóides, livros e também documentos oficiais que relatam estranhos casos de desaparecimento de embarcações e aeronaves que circularam pela região do Oceano Atlântico compreendida entre Bermudas, Miami, Flórida e San Juan, Porto Rico.


(Fonte: esotherika)

Um dos grandes problemas de se investigar esse fenômeno é a quantidade de fontes não confiáveis que se misturam aos relatos concretos dos desaparecimentos. O excesso de sensacionalismo que os noticiários, documentários e outros difusores de informação impõe ao usuário da informação faz com que o Triângulo das Bermudas vire uma piada ou uma referência citada em desenhos animados ou mesmo no cinema, mas sempre de uma forma destoada. Por exemplo, não mais que alguns desaparecimentos de aviões foram notificados nas últimas 2 décadas, apesar de tablóides apontarem uma infinidade de casos, sempre ligados a ufologia ou a outro fenômeno fora do comum. Pesquisas do banco de dados da National Transportation Safety Board revelaram que cerca de 75 aeronaves desapareceram. Já a projeção das estatísticas da Guarda Costeira, incompreensívelmente, aponta mais de 2.000 desaparecimentos. Mas antes de discutirmos a veracidade dos fatos vamos entender um pouco da história do Triângulo das Bermudas.


Foto de satélite do Triângulo das Bermudas (Fonte: esotherika)

Essa região mede menos de mil milhas em qualquer um dos lados. Em 1952, George X. Sand introduziu esse assunto em um pequeno artigo para a revista Fate, intitulado “Mistério marítimo na porta do nosso quintal”. Tal artigo relatou os últimos desaparecimentos na região (como o de Sandra, um cargueiro que transportava inseticida, em 1950) e passou a discutir alguns outros mistérios desconcertantes e recentes como os das aeronaves NC16002, Star Tiger e Star Ariel, além dedicar a maior parte do artigo ao caso do vôo 19, considerado um dos casos mais famosos envolvendo o Triângulo das Bermudas. Durante a década de 50, boa parte dos desaparecimentos inexplicáveis de aeronaves e embarcações foram logo associados à região do Triângulo.

Até o início dos anos 60, ele adquiriu o nome de Triângulo da Morte. Em seu livro de 1962, Wings of Mystery, autor Dale Titler também dedicou páginas do capítulo 14 - "O Mistério do Vôo 19" - para relatar os incidentes mais recentes de desaparecimentos e discutir sobre algumas teorias, como, por exemplo, anomalias eletromagnéticas. Seu livro foi o pontapé inicial para o rumo que tomariam as discussões a respeito do Triângulo das Bermudas. Em abril de 1962, Allan W. Eckert havia escrito uma peça sensacional na American Legion Magazine sobre o vôo 19 ("O Mistério da Patrulha Perdida"), que introduziu alguns dos diálogos mais populares sobre o fenômeno, incluindo linhas como “o oceano parece estranho, todas as bússolas estão erradas, o que não faz o menor sentido". Essas suposições acaloraram os pólos de discussões que giravam em torno da eletromagnética.


Avião desaparecido no Triângulo (Fonte: bermuda-triangle)

Avião desaparecido no Triângulo (Fonte: bermuda-triangle)

Com o tempo, a popularidade sobre o assunto estava começando a se espalhar além da área da fachada atlântica. Mas o apelido de "Triângulo da Morte" não continha absolutamente nenhuma referência geográfica em que, em outras palavras, pudesse sugerir a localização do fenômeno. Então, em fevereiro de 1964, Vincent Gaddis escreveu um artigo para a revista Argosy. O artigo foi um pouco diferente dos outros, pois acrescentou mais alguns casos recentes, como a Marine Sulphur Queen. No entanto, a grande inovação de Gaddis foi o título que ele criou, que acabou caindo no gosto do público. "O Mortal Triângulo das Bermudas" teve o termo "Bermudas" acrescentado ao nome original, materializando, assim, a localização da região para todos.
Em seu livro de 1965, o popular Invisible Horizons, Gaddis dedicou o capítulo 13 ao "O Triângulo da Morte". Dessa forma, o conceito do Triângulo das Bermudas foi se espalhando rapidamente.
Ironicamente, o livro publicado pela primeira vez, dedicado ao tema foi intitulado de Limbo of the Lost (1969) de John Spencer, no qual ele propõe que a área não tinha forma real em tudo e foi elaborada tentando incluir o Golfo do México, assim como Nova Jersey.  Foi vendido em quantidades limitadas, mas foi mais tarde reproduzido no início dos anos 70, ganhando maior repercussão.
Dezenas de artigos de revistas e jornais saíram no início dos anos 70. Cada autor oferecia um ponto de vista geral sobre o assunto. Richard Winer propôs o "Triângulo do Diabo" e estendeu-o quase até aos Açores, perto de Portugal. Ivan Sanderson tinha certeza que era uma forma oblonga centrado quase exclusivamente ao norte das Bermudas. Mas nenhum livro foi tão vendido, quanto o best-seller de Charles Berlitz, de 1974, O Triângulo das Bermudas. Vendendo um pouco mais de 5.000.000 de cópias em capa dura, tornando-se um fenômeno. Berlitz também alertou sobre a forma exata das delimitações do Triângulo, como fizeram os outros.


Piloto desaparecido no Triângulo (Fonte: gurpogingagoias)

Na próxima parte desse artigo apresentarei as principais teorias que tentam explicar os motivos que levaram ao desaparecimento de diversas  embarcações e aeronaves nas últimas décadas.



            O Triângulo das Bermudas – Parte II - A Teoria da Declinação Magnética



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